BC eleva taxa de juros para 7,75%
Na quarta-feira (27), a taxa básica de juros passou por sua sexta alta seguida, chegando em 7,75% ao ano. Segundo o pronunciamento do BC, houve um aumento das projeções para o nível de preços e uma deterioração no balanço de riscos, o que justifica esse aumento da Selic. Para a próxima reunião no começo de setembro, o Copom prevê um novo ajuste da mesma magnitude. Entretanto, o colegiado continua a ver riscos de uma possível desinflação com o aumento nos preços das commodities e de uma pressão inflacionária com o prolongamento de políticas fiscais, como o Auxílio Brasil.
Com uma expectativa do mercado para um IPCA de mais de 8% ao ano, parece que a meta de inflação do governo de 3,75% não chegará nem perto de ser cumprida. Os sucessivos pequenos aumentos da Selic durante 2021 geraram críticas de economistas que pressionavam por uma mudança mais agressiva. Essa mudança de 1,5% mostra uma atitude mais agressiva do BC em tentar controlar a inflação.
IPCA-15 alcança maior nível desde 2016
O IPCA-15 superou as estimativas do mercado e bateu 1,20% no mês de outubro. Com isso, o resultado acumulado em 12 meses ficou em 10,34%, chegando ao maior nível desde fevereiro de 2016. O aumento desse índice foi em grande parte consequência da variação dos preços da energia elétrica no período (+3,91%). Esse resultado superou as projeções de quase todo o mercado e chegou perto de dobrar o limite superior da meta de inflação do BC, que é de 5,25%. Dentro das cidades pesquisadas pelo IBGE, a com maior variação da taxa foi Curitiba (+1,58%), impactada pela alta da gasolina e da energia, e a menor foi Belém (+0,51%), que reflete a queda nos preços do açaí, das carnes e de itens de higiene.
O IPCA-15 mostra que a inflação brasileira segue crescendo e sem muita esperança de uma queda considerável nos próximos meses. O alto preço do petróleo, a crise hídrica, a alta do dólar e a instabilidade política seguem sendo os principais causadores da inflação. No curto prazo, é necessária uma medida mais agressiva de aumento da Selic para amenizar o aumento descontrolado dos preços.
Déficit na Balança Comercial na última semana de outubro
Na última semana de outubro, o Brasil teve um déficit de 371 milhões de dólares, segundo a Secretaria de Comércio Exterior. De acordo com dados divulgados na segunda-feira, 25, pelo Ministério da Economia, o valor foi alcançado com exportações de US$ 4,815 bilhões e importações de US$ 5,186 bilhões. Acumulando um superávit de US$1,79 bilhão, portanto, outubro garante um saldo positivo de US$58,368 bilhões avançando 30,5% na média diária de embarques em comparação ao mesmo período do ano passado. No acumulado do ano, o saldo comercial é superavitário em US$58,369 bilhões.
Para a indústria extrativa, ocorreu um crescimento de 36,6%, acompanhados de +29,4% e +25.9% para a indústria de transformação e agropecuária, respectivamente. Em contrapartida, a alta de 55,8% na média diária de importações puxou a balança para baixo, com destaque para a indústria extrativa de +163,7% quando comparada ao mesmo período do ano anterior
Preocupações com o crescimento impulsionam as ações de tecnologia
O S&P 500 e o Nasdaq Composite fecharam em alta na quinta-feira (28), impulsionados por investidores preocupados com a economia. Os investidores procuram segurança relativa nas ações de teci, pois são ações prospectadas a subir no longo prazo. Nos EUA< o PIB do terceiro trimestre aumentou 2%, 3,5% abaixo das expectativas, sendo o pior desempenho desde o trimestre de junho de 2020. Os dados PIB mostram o impacto negativo da inflação no crescimento econômico.
Dessa forma, o S&P 500 subiu 1% para terminar em 4.596,42 e o Nasdaq avançou 1,4% para fechar em 15.448,12. O Dow Jones Industrial Average subiu 239 pontos, ou 0,7%, depois que o índice caiu 266 pontos na quarta-feira. Espera-se que esta tendência de aumento continue, um padrão consistente desde março de 2020.
Covid, Logística e Suprimentos, o que impactou o 3T21 dos Estados Unidos?
Gastos e Investimentos foram limitados pelo aumento dos casos de Covid-19 e pela crise na cadeia de suprimentos, o que influenciou na queda do PIB americano do terceiro trimestre. Vindo de uma expansão de 6,7% no segundo trimestre, o resultado decepcionou pela expectativa de um crescimento além dos 2% ocorridos, em taxas anualizadas. A falta de mão de obra e de matéria-prima sem precedentes aliados ao aumento de casos da variante Delta, têm sido um problema constante e grande dificuldade para os produtores suprirem a demanda. Esse problema leva a uma alta generalizada de preços, que diminui os gastos pessoais em bens e serviços, como podemos ver pela queda de 10,4 pontos percentuais em comparação aos dois últimos trimestres.
Com previsão de dificuldades de suprimentos e logística até 2022, as atenções se focam em problemas remotos para o longo prazo. A redução das infecções por Covid-19 e poupança elevada tendem a sustentar um aumento dos gastos das famílias nos últimos três meses do ano, esperando uma recuperação do PIB.