Federal Reserve anunciou nessa quarta-feira (04/11) que iniciará o tapering
O Banco Central americano declarou que dará início a redução do estímulo de 120 bilhões de dólares mensais com a recompra de títulos, iniciado em março de 2020. A redução será de 15 bilhões de dólares por mês e deverá, ainda, ser acelerada em dezembro. Entretanto, reiteraram que a meta da taxa de juros será mantida no intervalo entre zero e 0,25%, o que pode ajudar a não diminuir drasticamente a liquidez do mercado após as reduções dos estímulos.
A manutenção da baixa de taxa de juros nos Estados Unidos deveria beneficiar o mercado brasileiro. Entretanto, a renovação em máxima da bolsa americana, somada ao cenário fiscal e político voláteis no Brasil funcionam como desincentivos aos investidores.
Texto base da PEC dos precatórios foi aprovado
Com 144 votos contra e 312 a favor, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou, em primeiro turno, o texto principal da PEC dos Precatórios. O projeto altera o teto de gastos estipulado e viabilizará o Auxílio Brasil de 400 reais. Atualmente, os dados apontam um pagamento com precatórios de 89 bilhões de reais em 2022, ou seja, superando em 34,3 bilhões o valor de 2021.
Se o texto for aprovado no segundo turno, deverá seguir para o Senado e ser aprovado, novamente, em dois turnos. As despesas ultrapassando o teto poderá ter influência no câmbio, curva de juros e aumenta os riscos de elevação da inflação, pois aumenta a circulação do real no país e mostra desestabilização da dívida pública, gerando grande desconfiança no mercado.
Commodities energéticas no Brasil têm maior alta mensal em 22 anos
Medido através do Índice de Commodities Brasil (IC-Br), o preço das commodities no Brasil teve a maior alta mensal em 22 anos, com o IC-Br Energia crescendo 19,98% em relação ao mês anterior. Desde o começo de 2020, em razão da pandemia do Covid-19, os segmentos do indicador registram um crescimento acentuado. Fatores como a recuperação econômica mundial, forte depreciação do câmbio e menores investimentos no setor por questões ambientais apoiam esse aumento constante nos preços.
Nesse contexto, associando a depreciação da moeda brasileira no mercado internacional e a alta substancial dos preços das commodities, a projeção da inflação brasileira também foi alterada em +1% para esse ano e +0,4% para 2022, visto que o país depende fortemente das commodities para sua saúde fiscal.
A crise energética no Brasil: É um risco presumível?
Os preços elevados, a crise hídrica como parte da mudança climática, o solo seco e a destruição na Amazônia culminam em prejuízos ao bolso do brasileiro, que depende das despesas que possui com o abastecimento de água para o uso básico. Em resposta ao cenário o governo federal investiu na geração intensiva nas termelétricas, que teve como resultado o aumento do preço da energia acima da inflação. Esse aumento resultará em queda no PIB, redução do consumo e das exportações, além de impactar o nível de emprego.
Os riscos atingem os estratos sociais de acordo com a vulnerabilidade. Sendo assim, o consumidor de baixa renda que depende do mercado cativo, onde está sujeito a barreiras alfandegárias porque não pode negociar contratos, é o mais prejudicado. Segundo especialistas em energia da CNI, as renováveis são apenas complementares à geração de base, e o esgotamento da matriz hidráulica brasileira é um risco factível de mortes por falta de água e energia.